quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

BBB e o Estupro

Acho interessante as manifestações contrárias ao programa BBB da rede Globo, mesmo antes da noticia do estupro ocorrido, muitos reclamam que trata-se de um programa de baixo nível, sem moral, etc.
Muitos ficaram "chocados" com a revelação do estupro ocorrido durante mais uma noite em que os participantes dormem juntos, na mesma cama, debaixo das mesmas cobertas. Jornais, revistas, líderes religiosos, pessoas do povo, etc.
Só não consigo entender por que o "choque", em um programa onde homens e mulheres, escolhidos a dedo, desfilam com poucas roupas, o apresentador induz ao pensamento promíscuo, o enrredo do programa é forçar uns se colocarem contra os outros, indiretamente forçando alianças e "favores", parcerias e armadilhas. A consequência é até previsível.
A forma que o programa é feito, é para incitar as pessoas aos pensamentos libdinosos, intriga, jogos e oportunidades de despontar na mídia. Existem outros inúmeros programas baixos como este, por que indignar-se com este em especial ? Talvez por ser a emissora lider, as outras emissoras aproveitam para dar sua colaboração no tumulto.
Ninguém é inocente, a emissora de televisão está pensando no seu lucro, creio que o lucro obtido com um ou dois "paredões" é o suficiente para cobrir as despesas de todo o programa, todos os demais é puro lucro, isso sem contar as propagandas e os intervalos comerciais.
O tráfeco de drogas é um problema, tirar os indivíduos do centro de São Paulo pode parecer uma ação insignificante, porém é uma ação, o grande problema não está em quem fornece e sim em quem consome, o programa televisivo é ruim ? Pare de assistir, não se interesse por ele, mostre seu descontentamento com ações concretas, discursos não vão funcionar, aliás, creio que é por isso que as pessoas fazem tantos discursos hipócritas, lá no fundo não querem que o lixo seja eliminado.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Somos um povo cordial ?

Primeiramente não vamos confundir cordialidade com prestatividade, vemos todos os dias, principalmente nestes dias de enchentes e secas, a prestatividade do povo brasileiro, ajudando, arriscando a própria saúde e muitas veze a própria vida para ajudar o próximo, o desconhecido.
Gostaria de me ater à cordialidade, o famoso bom dia, boa tarde, boa noite, como vai você ? como está sua família ? etc.
As pessoas, mesmo as que vivem próximas, não se ligam mais em pequenos gestos de cordialidade, quando foi a última vez que cumprimentou seu vizinho de porta ? Quando foi a última vez que conversou alegremente no elevador durante aqueles poucos segundos que leva até a saída ou ao teu local de trabalho ou à tua moradia ?
Você foi a uma loja recentemente ? Foi bem atendido ? Ou parecia que um robõ estava tentando interagir com você ? A má vontade é evidente no rosto das pessoas, especialmente naquelas que lidam diretamente com o público em geral. O que deveria, ao meu ver, totalmente diferente, se você depende de abordar uma pessoa e convencê-la a comprar o seu produto, a cordialidade e o sorriso espontâneo é fundamental.
A muito tempo atrás fui a uma loja de roupas, para comprar UMA calça, fui tão bem atendido, não só no que pedi, mas nos conselhos que o vendedor me deu, sobre o que cairia bem e quais as melhores opções, que acabei levando CINCO calças e QUATRO camisas, é claro que havia uma promoção para quem comprasse quatro calças ganharia uma quinta e quem comprasse três camisas ganharia uma quarta. Mas se eu fosse atendido por uma pessoa displicente, possivelmente não comprara nada, ou então compraria a única calça que fui comprar.
Muitas vezes, ao fazer sinal para que o ônibus parasse, vi a cara de desagrado do motorista por ter interrompido a sua viagem, isso quando o ônibus não passa direto, sem se preocupar com quem quer seguir seu caminho, independente da hora da noite ou dos intempéries, ou mesmo das limitações do usuário como baixa mobilidade ou estar com crianças.
O cobrador do ônibus, trocador em algumas localidades, dificilmente você o encontrará acordado, perguntar alguma coisa sobre o percurso do ônibus é trabalho perdido, é menos complicado perguntar a um usuário. Outro problema é querer que o cobrador acorde para validar o bilhete único dos usuários especiais ou receber o pagamento pela passagem, dos que ão possuem o bilhete integrado.
A má vontade é um misto de cansaço, má remuneração, falta de perspectivas e total displicência e/ou falta de consideração com o próximo. As empresas se preocupam tanto em contratar profissionais mais "baratos" que acabam saindo muito "caros", pois o retorno que profissionais motivados, treinados, descansados, interessados podem trazer além de ser muito maior em vendas, é significativo na imagem da empresa, será lembrado por seus clientes e receberá prioridade em novas compras.
Como as empresas estão contando que os clientes novos sempre surgirão, estão desprezando os primeiros compradores, isso é visível nas operadoras de telefonia e serviços bancários, o trabalho para conquistar novos clientes é grande, TUDO é prometido, depois de se tornar cliente, é jogado para o lado e nada mais é feito em seu favor.
Como posso estudar se a empresa exige que eu trabalhe tantas horas ? A legislação diminui o número de horas trabalhadas, os empresários arrumam formas de burlar, os funcionários ficam frustrados, desestimulados, sem opções...
Sou uma pessoa cordial ? Os clientes voltarão a utilizar meus serviços ? Eu preciso deles mais do que eles de mim, será que estou ciente disto ? Meus funcionários estão preparados, dispostos interessados na empresa, ou apenas cumprem horário ?
Se todos nós fossemos mais corteses, certamente teriam menos empresas fechando as portas todo dia, mais funcionários felizes, funcionários são pessoas, portanto, pessoas felizes irradiam alegria. O faturamento das empresas melhora, os salários melhoram, as vendas e compras melhora, as pessoas estudam, aprendem e se tornam pessoas melhores.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Os grilhões do celular

Outro dia, voltando para casa, vi um pedreiro rebocando uma parede com uma mão e falando alegremente ao celular com a outra. Se eu fosse o proprietário do imóvel pensaria duas vezes antes de me instalar naquela casa, feita por uma pessoa com sua atenção voltada a outra coisa que não a qualidade do serviço prestado.
Imagine-se em uma mesa de operação onde algum dos profissionais ali envolvidos esteja aguardando ansiosamente uma ligação, olhando a todo momento se chegou alguma mensagem, ou então interrompe um procedimento para ler uma mensagem ou atender ao celular.
Ou então, imagine um esportista correndo com o celular no bolso, qual seria a qualidade das atividades esportivas deste esportista ?
Se para algumas profissões fica bastante claro quão pernicioso é o uso de um celular, para outras seu uso não está totalmente regularizado, um professor que atende o celular durante a aula, por mais emergencial que seja, demonstra total desrespeito para com os alunos.
Outro dia um maestro teve o desprazer de interromper uma apresentação pois estava tocando o celular dele, como alguém entra para um trabalho comum celular no bolso ? É quase o mesmo que o mecânico que vai atender a um chamado emergencial e "esquece" de levar a caixa de ferramentas.
Uma vez, quando fui subir no ônibus, vi o motorista digitando febrilmente mensagens em seu celular, pedi desculpas, disse que era o ônibus errado, peguei outro, menos inseguro.
Faça uma experiência, pare em uma esquina bastante movimentada de sua cidade, em apenas quinze minutos você perceberá a quantidade de motoristas dirigindo e falando descontraidamente em seus celulares, existe uma lei, mas, quem se importa, não é ?
Depois desta experiência, vá em um local de grande movimento de pedestres, tente encontrar as pessoas que não estão falando ao celular, veja nas conduções coletivas, nos escritórios, em casa. Há tantas pessoas que, depois de trabalhar o dia inteiro "grudados" nos seus celulares, ainda dormem com ele debaixo do travesseiro, para atender imediatamente caso surja alguma emergência.
As pessoas não podem mais viver sem seus celulares, não é uma questão de comunicação, nunca foi, é uma questão de alienação, preferem se alienar dentro de seus aparelhos eletrônicos à ter contatos reais com pessoas à sua volta.
Quando eu comprei meu primeiro celular à quase vinte anos atrás, era uma questão de status, comunicação era apenas uma desculpa, hoje não existe mais diferenciação, qualquer pobre, que não tem condições de pagar uma conta de celular, tem pelo menos duas linhas para receber ligações.
É interessante que no Brasil, o número de aparelhos em funcionamento quase dobra a quantidade de pessoas que compõe a população nacional, ainda assim, continua-se vendendo mais e mais aparelhos, a grande maioria das pessoas tem pelo menos duas linhas de celular, fora o telefone residencial, é claro.
Se uma empresa oferecer um ótimo emprego, muito bem remunerado, bom horário, bons cursos, aprimoramento profissional, etc, porém, não permitir que utilize o celular em horário de trabalho, ou melhor, dentro das instalações da empresa, esta empresa terá grande dificuldade de conseguir um funcionário para preencher a vaga.
Para que usamos o celular ? Eu hoje uso para ver as horas, quando esqueço de colocar o relógio, faço umas duas ou três ligações por semana, recebo uma ou duas ligações por semana, mensagens só de propaganda indevida, preciso dele ? Não !
Então por que é tão difícil me livrar dele ? Eis uma boa pergunta, preciso de uma boa resposta...