terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Por que vender as ações da Petrobrás

A muito tempo que os governos vem alimentando o povo com a ideia de que as ações da Petrobrás são uma garantia de ter um futuro garantido, tanto que chegou a liberar o saque do FGTS para que fosse utilizado na compra das ações da empresa, posteriormente repetiu esta ação para outras empresas que lhe eram estratégicas.
A grande questão é, por que o governo solicita que façamos este investimento tão vantajoso. A resposta primeira é bastante simples, ele detém 50,26% das ações com direito a voto (chamadas ordinárias), se juntarmos BNDES e fundos de ações dos funcionários do Banco do Brasil, sua participação sobe para 60,53%. Com estes números, já podemos entender que há algo bastante estranho aqui...
O desempenho da empresa não é o mais competitivo, isso podemos verificar pelo gráfico das ações, que refletem o humor dos acionistas minoritários, aqueles que acompanham as notícias, conforme podemos ver no gráfico, de 2007 a 2008, houve um crescimento exorbitante, após este período, houveram quedas contínuas, podemos entender a queda acentuada no final de 2008, quando o nosso excelentíssimo presidente Luis Inácio Lula da Silva chamou de "marolinha" a onda que abalou todo o mercado acionário.
Após a crise de 2008, todo o mercado acionário se recuperou, incluindo as ações da Petrobrás, após este movimento de recuperação, podemos notar que vem perdendo valor, sendo que no dia primeiro de janeiro de 2014, o valor das ações estavam abaixo de sete anos antes. Isto é, quem comprou ações em janeiro de 2007 e vendeu em meados de 2008, teve um lucro substancial, quem guardou, teve um belo prejuízo.
Podemos ver pela tabela abaixo que os volumes negociados são bastante significativos, mas olhando com bastante atenção, as operações de venda executadas durante o mês de dezembro de 2013 foi quase o mesmo montante de compra, porém no decorrer do ano a diferença é mais do dobro em compras comparado a vendas.
Outro dado interessante é que de todas as empresas cotadas na BOVESPA, as petrolíferas detiveram, no final de dezembro, pouco mais de onze por cento, sendo que a Petrobrás, sozinha, representa mais de oitenta por cento das empresas petrolíferas, isto é, uma quebra desta empresa, dez por cento da BOVESPA some, uma crise de proporções bastante significativas.


Sendo o governo o principal acionista, e não respeitando os direitos dos demais acionistas, a utilização da empresa para a manutenção da máquina governamental, de seus desejos e metas, vem comprometendo seriamente o desempenho da empresa que poderia ser sinônimo de qualidade.
Podemos notar também que tem havido mais propaganda nos meios de comunicação, numa clara tentativa de estimular o povo a continuar acreditando na empresa, porém esta vem definhando mês após mês.
O exemplo do que o governo permitiu em detrimento à empresa, podemos ver o que houve em maio de 2006, quando o então presidente boliviano Evo Moreles, resolveu estatizar todo setor de hidrocarbonetos, a Petrobrás não só perdeu todo dinheiro investido (máquinas, construções, tecnologia, etc) como ainda teve de pagar hoyalties pelos produtos explorados, seria algo como o Brasil anunciar a todas as empresas automobilísticas que o setor automotivo será estatizado, seus patrimônios serão incorporados ao Estado e, se quiserem continuar atuando no país, terão de pagar por carro produzido.
Qualquer empresa um pouco séria, sairia do país e nunca mais voltaria, nem mesmo exportaria para este local, mas, a nossa querida empresa, dirigida por interesses escusos, no início de 2013 concorreu e venceu uma licitação para voltar a explorar naquela localidade, onde serão feitos novos investimentos, e, se não tomarem outro golpe, começarão a operar em 2017.
Estranho para uma empresa que anuncia a toda semana a descoberta de novas bolsas de petróleo no litoral brasileiro, sendo que cada anúncio valoriza as ações, cada vez que percebe-se que essas bolsas ou estão secas ou impróprias para extração, derruba-se novamente o valor das ações.
Interessante também é que as empresas de Eike Batista, que teoricamente atuam no setor petrolífero, que só existem em papel, estão entre as mais bem cotadas, porém, como não possuem as opções do governo, estão sofrendo sérios revezes.
Também podemos notar que, todo final do ano, quando as contas não fecham, os presidentes utilizam o recurso da Petrobrás, manipulando preços, vendendo notícias, incentivando consumo, etc. para que, ou as contas fechem "levemente" no positivo, ou tenham um bode expiatório para levar a culpa de seus (do governo) "pecados".
Outro fator, e talvez o mais grave, é que a movimentação de valores em relação às ações da Petrobrás, é pelo menos dez vezes maior do que o patrimônio da empresa. Em outras palavras, em caso de insolvência, não tem como pagar os investidores, lembrando também que bancos e fornecedores tem primazia no recebimento quando há falência.
Por fim, temos empresas chinesas com MUITO dinheiro em caixa, só esperando algum bom negócio acontecer. Sei que você dirá que petróleo é estratégico, etc, etc, etc, porém, saúde e educação, segurança e saneamento, moradia e transporte também deveriam ser estratégicos, mas estão todos na iniciativa privada.
Se eu possuísse ações desta empresa, imediatamente daria fim a elas, mesmo que ela não quebre, dinheiro não é para ser desperdiçado, se não dá lucro, por que mante-lo ali ???