quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Somos um povo cordial ?

Primeiramente não vamos confundir cordialidade com prestatividade, vemos todos os dias, principalmente nestes dias de enchentes e secas, a prestatividade do povo brasileiro, ajudando, arriscando a própria saúde e muitas veze a própria vida para ajudar o próximo, o desconhecido.
Gostaria de me ater à cordialidade, o famoso bom dia, boa tarde, boa noite, como vai você ? como está sua família ? etc.
As pessoas, mesmo as que vivem próximas, não se ligam mais em pequenos gestos de cordialidade, quando foi a última vez que cumprimentou seu vizinho de porta ? Quando foi a última vez que conversou alegremente no elevador durante aqueles poucos segundos que leva até a saída ou ao teu local de trabalho ou à tua moradia ?
Você foi a uma loja recentemente ? Foi bem atendido ? Ou parecia que um robõ estava tentando interagir com você ? A má vontade é evidente no rosto das pessoas, especialmente naquelas que lidam diretamente com o público em geral. O que deveria, ao meu ver, totalmente diferente, se você depende de abordar uma pessoa e convencê-la a comprar o seu produto, a cordialidade e o sorriso espontâneo é fundamental.
A muito tempo atrás fui a uma loja de roupas, para comprar UMA calça, fui tão bem atendido, não só no que pedi, mas nos conselhos que o vendedor me deu, sobre o que cairia bem e quais as melhores opções, que acabei levando CINCO calças e QUATRO camisas, é claro que havia uma promoção para quem comprasse quatro calças ganharia uma quinta e quem comprasse três camisas ganharia uma quarta. Mas se eu fosse atendido por uma pessoa displicente, possivelmente não comprara nada, ou então compraria a única calça que fui comprar.
Muitas vezes, ao fazer sinal para que o ônibus parasse, vi a cara de desagrado do motorista por ter interrompido a sua viagem, isso quando o ônibus não passa direto, sem se preocupar com quem quer seguir seu caminho, independente da hora da noite ou dos intempéries, ou mesmo das limitações do usuário como baixa mobilidade ou estar com crianças.
O cobrador do ônibus, trocador em algumas localidades, dificilmente você o encontrará acordado, perguntar alguma coisa sobre o percurso do ônibus é trabalho perdido, é menos complicado perguntar a um usuário. Outro problema é querer que o cobrador acorde para validar o bilhete único dos usuários especiais ou receber o pagamento pela passagem, dos que ão possuem o bilhete integrado.
A má vontade é um misto de cansaço, má remuneração, falta de perspectivas e total displicência e/ou falta de consideração com o próximo. As empresas se preocupam tanto em contratar profissionais mais "baratos" que acabam saindo muito "caros", pois o retorno que profissionais motivados, treinados, descansados, interessados podem trazer além de ser muito maior em vendas, é significativo na imagem da empresa, será lembrado por seus clientes e receberá prioridade em novas compras.
Como as empresas estão contando que os clientes novos sempre surgirão, estão desprezando os primeiros compradores, isso é visível nas operadoras de telefonia e serviços bancários, o trabalho para conquistar novos clientes é grande, TUDO é prometido, depois de se tornar cliente, é jogado para o lado e nada mais é feito em seu favor.
Como posso estudar se a empresa exige que eu trabalhe tantas horas ? A legislação diminui o número de horas trabalhadas, os empresários arrumam formas de burlar, os funcionários ficam frustrados, desestimulados, sem opções...
Sou uma pessoa cordial ? Os clientes voltarão a utilizar meus serviços ? Eu preciso deles mais do que eles de mim, será que estou ciente disto ? Meus funcionários estão preparados, dispostos interessados na empresa, ou apenas cumprem horário ?
Se todos nós fossemos mais corteses, certamente teriam menos empresas fechando as portas todo dia, mais funcionários felizes, funcionários são pessoas, portanto, pessoas felizes irradiam alegria. O faturamento das empresas melhora, os salários melhoram, as vendas e compras melhora, as pessoas estudam, aprendem e se tornam pessoas melhores.

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