A definição de classes sociais foi estabelecida para que se separassem pessoas de pessoas, pois o ser humano tem uma forte tendência a viver em uma comunidade onde a exclusão de outros torna-se parte importante em sua satisfação pessoal, por maior que sejam os esforços dos governos, sempre haverá a discriminação entre pessoas, pode ser por cor, conhecimento, aptidões, religião, recursos financeiros, ou qualquer outro motivo que possa criar a separação tão desejada.
Antigamente, na idade média, a Europa era dividida, basicamente em três classes bem definidas, nobreza, clero e povo. A única chance que o povo tinha de sair da sua situação era entrando para o clero ou casando-se com alguém da nobreza, desde que este nobre não fosse deserdado, é claro.
Após algum tempo, surgiram os comerciantes, com dinheiro, em uma época onde tanto o clero quanto a nobreza estavam com dificuldades financeiras, já que não conseguiam extorquir mais dinheiro do povo empobrecido e doente, então, por conveniência, surgiram os burgueses, não estavam mais entre o povo, não pertenciam à nobreza e tampouco ao clero, auxiliavam a nobreza e o clero com seus recursos financeiros, porém não eram admitidos em seu meio.
Hoje não é muito diferente, a nobreza foi substituída pelos políticos, o clero pelas inúmeras instituições religiosas, a burguesia são os homens e mulheres de negócios, o povo é e continuará sempre sendo povo.Mas, onde quero chegar com todo esse lenga-lenga ? Quero questionar a divisão que o governo faz da população em suas classes sociais, definições que, ao meu ver, é mais uma tentativa fútil e vã de querer unir o que não quer e não pode ser unido.
Uma definição simples de ricos, são aqueles que, independente dos valores financeiros, não há impedimentos para fazer algo que deseja, como uma viagem, uma aquisição de um bem ou qualquer outra coisa que desejar.
Para a classe média, é composta de pessoas que tem uma situação financeira estável, não tem possibilidade de grandes aquisições, porém pode viver com conforto e sem grandes dificuldades.
A classe baixa, são aqueles que vivem para pagar as contas, trabalham para sustentar a família e eventualmente ter algum momento de lazer e descontração.
Finalmente a classe pobre, são aqueles que vivem em situações sub-humanas, vivem de pequenos serviços, não tem condições de alimentar-se ou vestir-se adequadamente, normalmente não tem possibilidades de lazer e descontração.
Segundo a CCEB : http://www.abep.org/novo/Content.aspx?ContentID=301 a divisão social brasileira é a seguinte :
Classe | Pontos | Renda |
A1 | 42 a 46 | 12.926 |
A2 | 35 a 41 | 8.418 |
B1 | 29 a 34 | 4.418 |
B2 | 23 a 28 | 2.565 |
C1 | 18 a 22 | 1.541 |
C2 | 14 a 17 | 1.024 |
D | 08 a 13 | 714 |
E | 00 a 07 | 477 |
Acho incrível que alguém acredite que, com uma renda FAMILIAR de quase treze mil reais alguém possa se considerar RICO. De onde tirou-se estes valores ? Os pontos referem-se a uma pesquisa que pode ser encontrada no site acima mencionado.
Agora vejamos o mapa de aplicações financeiras (poupança) oferecido pelo banco central, são valores e números bastante interessantes.
Faixa de Saldo | Nº de Clientes | % Participação no total dos clientes | Valores | % Participação no TOTAL dos valores |
de R$ 0 a 100 | 51.288 milões | 52,4% | R$ 778,2 mi | 0,185% |
de R$ 100 a 5.000 | 33.520 milhóes | 34,2% | R$ 41,06 bi | 9,767% |
de R$ 5.000 a 15.000 | 7.260 milhões | 7,4% | R$ 63,37 bi | 15,077% |
de R$ 15.000 a 50.000 | 4.350 milhões | 4,4% | R$116,14 bi | 27,631% |
de R$ 50.000 a 500.000 | 1.530 milhão | 1,56% | R$ 159,99 bi | 38,065% |
de R$ 500.000 a 1 milhão | 19.575 | 0,02% | R$ 12,995 bi | 3,091% |
acima de um milhão de reais | 7.118 | 0,007% | R$ 26 bilhões | 6,186% |
Bom, com estes números fica difícil argumentar que, rico ganha quinze mil de RENDA FAMILIAR ao mês, com estes valores NUNCA chegarão a uma poupança de quinhentos mil reais. Então podemos dize, com bastante clareza que, a fatia que podemos calmamente chamar de RICOS é 0,007% da população nacional, são pessoas que PODEM comprar o que desejam.
Diríamos que, classe média são aqueles que estão entre os cinquenta e quinhentos mil, apenas 1,56% da população.
Aqueles intermediários, 0,02%, poderíamos chamar de classe A2.
Aqueles com poupança entre quinze e cinquenta mil, podemos chamar de classe B2.
Aqueles com poupança inferior a quinze mil, são nossa classe baixa, ou classe C, que pode ser facilmente dividida entre C1, C2 e C3
Todo o resto da população são os miseráveis, que o governo insiste em dizer que não temos mais. São os que ELES chamam de classes D, E, F, G, H...
Se formos olhar em questões de patrimônio, estes percentuais também não irão variar muito, pobres não tem patrimônio e miseráveis praticamente nem vida real eles possuem.
O governo e a mídia insistem em deixar de lado as verdades, para passar uma fotografia irreal de nosso povo.
Mas não tem nada não, teremos a COPA do mundo e as OLIMPÍADAS aqui, vamos ver se faremos como a CHINA, esconder a pobreza debaixo da tapete enquanto os estrangeiros estiverem por aqui....
Nenhum comentário:
Postar um comentário